OpenCDN, o modelo criado pela NIC.br que promete descentralizar o tráfego de internet no Brasil

Batizado como OpenCDN, o novo modelo de fornecimento de conteúdo criado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) tem como objetivo descentralizar o tráfego de internet no país e colocar o conteúdo mais perto dos provedores de internet. A ideia ainda deve evoluir, mas para compreender as vantagens deste modelo, é preciso refletir como as redes estão estruturadas atualmente. Os conteúdos mais acessados da internet são hospedados nas redes próprias para distribuição de conteúdo, para isto, servidores cache são espalhados por diversos datacenters e essas CDNs muitas vezes estão ligadas a algum ponto de troca de tráfego. Geralmente as CDNs pertencem a empresas que oferecem serviços para terceiros ou são montadas pelos próprios provedores servidores de conteúdo, como Netflix ou Google, por exemplo. Do ponto de vista de um provedor de acesso, estima-se que 50% do tráfego de dados vêm das principais CDNs. Segundo Antonio Moreiras, gerente de projetos e de desenvolvimento do NIC.br, “provedores maiores podem usufruir do benefício de a CDN colocar um cache dentro da rede deles, mas os de médio para pequeno porte não conseguem, porque não compensa para a CDN fazer isto, já que são pequenos e têm pouco tráfego”. Por este motivo, provedores de pequeno porte procuram buscar o conteúdo via stream provider, via provedor de trânsito (contratado a preço relativamente alto) ou então conectando-se a um IX que tenha conteúdo de tráfego para troca diretamente com a CDN. Todas estas medidas geram altos custos ao provedores devido ao transporte de longa distância, uma vez que a maioria dos CDNs estão instalados na cidade de São Paulo, onde há maior ponto de troca de tráfego.

Espera-se que com o OpenCDN estas CDNs estejam presentes em IXs fora de São Paulo. Assim, os provedores de internet e os sistemas autônomos que estiverem conectados em lugares mais distantes, terão acesso ao conteúdo localmente, tornado-o mais rápido e também mais barato.

O NIC.br enxerga vantagens a todos os envolvidos e acredita que o Open CDN irá despertar a atenção dos provedores para que percebam que o conteúdo que necessitam para atender o cliente final está mais próximo, gerando redução de custos e melhoria na qualidade.

Ainda existem muitas dúvidas em torno do OpenCDN, mas o projeto piloto, previsto para ser concluído no primeiro semestre deste ano, irá validar a ideia.

 

Encontro nacional ABRINT: de 01 a 03 de junho

Junho está chegando e com ele o maior encontro de Provedores Regionais da América Latina.

O encontro nacional ABRINT será entre os dias 1 e 3 de junho no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). O evento, que já superou as expectativas do público em suas últimas edições, promete promover excelentes debates sobre o setor. Euclides Vieira Neto, diretor administrativo da ABRINT, observa que o evento, que já está em sua 8ª edição, cresce 20% a cada ano, tanto em público, quanto em parcerias fechadas.

As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas no site, onde também é possível verificar toda programação de palestras.

Acesse o site do 8º ISP para fazer sua inscrição: www.8isp.abrint.com.br

Clique aqui para saber mais sobre a ABRINT: www.abrint.com.br

A Deltacom participará do evento juntamente com a Ceragon, ao mercado um completo conjunto de soluções de rádio digital de alto desempenho, desenvolvidos para viabilizar a implementação de redes de serviço mais rápidas e econômicas.

Clique aqui para conhecer todos os produtos Ceragon: www.ceragon.com/ 

Provedores de Internet poderão ofertar banda larga fixa

Ao comprar lotes do leilão de sobras de frequências, provedores de internet de diversas regiões, poderão ofertar banda larga fixa usando tecnologia LTE, ou 4G 

Em dezembro de 2015, a ANATEL concluiu o leilão das sobras que licitou autorizações para uso de radiofrequências nas faixas 1.800 MHz, 1.900 MHz e 2.500 MHz. Apesar de ter recebido algumas críticas, principalmente devido ao pouco tempo para análise do edital, a licitação despertou o interesse dos provedores de internet. Ao todo 300 empresas compraram faixas de espectro para oferecer serviços de telecomunicação e Internet em 2.903 municípios brasileiros. O lote C restringiu a área de prestação como municipal, permitindo operar como Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) e as faixas foram ofertadas em 1.9 GHz e 2,5 GHz (bandas T e U), ambas em Time Division Duplex (TDD).

A aquisição das faixas de frequência não obriga os ISPs a implantar a  Long-Term Evolution (LTE), já que a ANATEL não estipula qual tipo de tecnologia deverá ser usada para conceder os serviços, mas abre aos provedores a oportunidade de utilizá-la para outras aplicações,  como construção de rede privada de comunicação para segurança com vídeo e voz (algo parecido com o sistema de trunking), assim como é possível colocar um terminal na casa do cliente para oferecer VoIP. A LTE também pode ser empregada para expandir a cobertura de redes em regiões em que um ISPs ainda não opera, possibilitando a entrada em novos mercados.

No entanto, gerenciar uma rede municipal LTE pode ter seus desafios. Um deles é fazer com que o sinal não adentre a área que não seja de cobertura, para isso é importante ajustar a cobertura nas áreas de borda geográfica entre os municípios. Especialistas afirmam que é possível adotar mecanismos de propagação (ajuste na potência de transmissão, ajuste no ângulo de transmissão, ajustes no tipo de antena a ser utilizada, etc) e de cancelamento de interferência para que o sinal mínimo não avance para municípios adjacentes. Também é importante levar em consideração, do lado do usuário, que não se instalem antenas de ganho muito altas nas áreas de borda para evitar receber o sinal ruidoso do município adjacente.

 

Fonte: Revista Abranet/Abril 2016