Provedores de Internet poderão ofertar banda larga fixa
Ao comprar lotes do leilão de sobras de frequências, provedores de internet de diversas regiões, poderão ofertar banda larga fixa usando tecnologia LTE, ou 4G
Em dezembro de 2015, a ANATEL concluiu o leilão das sobras que licitou autorizações para uso de radiofrequências nas faixas 1.800 MHz, 1.900 MHz e 2.500 MHz. Apesar de ter recebido algumas críticas, principalmente devido ao pouco tempo para análise do edital, a licitação despertou o interesse dos provedores de internet. Ao todo 300 empresas compraram faixas de espectro para oferecer serviços de telecomunicação e Internet em 2.903 municípios brasileiros. O lote C restringiu a área de prestação como municipal, permitindo operar como Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) e as faixas foram ofertadas em 1.9 GHz e 2,5 GHz (bandas T e U), ambas em Time Division Duplex (TDD).
A aquisição das faixas de frequência não obriga os ISPs a implantar a Long-Term Evolution (LTE), já que a ANATEL não estipula qual tipo de tecnologia deverá ser usada para conceder os serviços, mas abre aos provedores a oportunidade de utilizá-la para outras aplicações, como construção de rede privada de comunicação para segurança com vídeo e voz (algo parecido com o sistema de trunking), assim como é possível colocar um terminal na casa do cliente para oferecer VoIP. A LTE também pode ser empregada para expandir a cobertura de redes em regiões em que um ISPs ainda não opera, possibilitando a entrada em novos mercados.
No entanto, gerenciar uma rede municipal LTE pode ter seus desafios. Um deles é fazer com que o sinal não adentre a área que não seja de cobertura, para isso é importante ajustar a cobertura nas áreas de borda geográfica entre os municípios. Especialistas afirmam que é possível adotar mecanismos de propagação (ajuste na potência de transmissão, ajuste no ângulo de transmissão, ajustes no tipo de antena a ser utilizada, etc) e de cancelamento de interferência para que o sinal mínimo não avance para municípios adjacentes. Também é importante levar em consideração, do lado do usuário, que não se instalem antenas de ganho muito altas nas áreas de borda para evitar receber o sinal ruidoso do município adjacente.
Fonte: Revista Abranet/Abril 2016